domingo, 13 de janeiro de 2008

Rebeca Gusmão, nadadora brasileira, é denunciada, e FINA analisa exames.

A nadadora Rebeca Gusmão sofreu ontem dois duros golpes. O promotor Alexandre Graça, da 17ªPromotoria de Investigação Penal da 1ªCentral de Inquéritos, denunciou a brasileira sob a acusação de falsidade ideológica. Quase ao mesmo tempo, a Fina (Federação Internacional de Natação) divulgou que amostras de dois exames seus revelaram urinas diferentes, reafirmando a suspeita de que ela fraudou exames antidoping no Pan do Rio.


Caso o Tribunal de Justiça do Rio aceite a denúncia, Rebeca pode ser condenada a pelo menos um ano de detenção.


A informação sobre o problema nos exames foi confirmado pela CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), que divulgou a discrepância após ser alertada pela Fina.


Em novembro, a brasileira foi suspensa preventivamente após a entidade internacional ter divulgado que foi encontrado a presença de testosterona no exame realizado no dia 13 de julho, data da abertura do Pan. O resultado positivo foi constatado em Quebec, no Canadá.


De acordo com a Fina, o caso foi encaminhado para o Painel de Doping. Se for punida pela federação internacional, Rebeca pode ficar até dois anos fora de competições esportivas.


No mês passado, foram retiradas, à nadadora brasileira, as suas quatro medalhas conquistadas nos Jogos Pan Americanos por causa do resultado positivo no exame. Ela foi condenada por doping pela Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana).


Rebeca havia conquistado dois ouros (50 m e 100 m livre), uma prata (4 x 100 m livre) e um bronze (4 x 100 m medley) nos Jogos. Tornara-se a primeira brasileira a ser campeã pan-americana na natação.


‘‘Estou surpreso [sobre a decisão do Ministério Público]. O próprio delegado, que ouviu todos os envolvidos, entendeu que não houve fraude no caso’’, disse o advogado Breno Tannuri, que representa a nadadora.


No mês passado, o delegado Marcos Cipriano não denunciou nenhum dos envolvidos no inquérito sobre a fraude nos dois exames da nadadora, que tinham urinas diferentes. Antes de enviar o inquérito ao Ministério Público do Estado do Rio, o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública do Rio alegou que não ficou “convencido que Rebeca manipulou a urina’’.


‘‘Além disto, a coleta foi bastante contestada. Por isto, decidi não denunciar ninguém’’, disse o delegado na época.


A fraude nos exames de Rebeca no Pan foi descoberta a pedido do médico Eduardo de Rose, que coordenou o antidoping dos Jogos do Rio e integra a Comissão Médica da Odepa.

O exame de DNA feito em amostras de urina da nadadora detectou mais de um doador. A coleta havia sido analisada pelo Ladetec, laboratório carioca responsável pelo antidoping no Pan. No total, a brasileira fez quatro exames durante o Pan.


‘‘Apesar da surpresa, será interessante para a Rebeca o caso ser aprofundado. Acredito na Justiça e sei que a nadadora é inocente’’, disse o advogado.


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