sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Mark Spitz... Quando o rei das piscinas usava bigode


O Tubarão norte-americano, agora com 60 anos, já foi batido por Michael Phelps. Mas do seu estilo ninguém se esquece


Não é Moisés, mas a água parecia afastar-se quando Mark Spitz nadava. O Tubarão, como ficou conhecido pela voracidade dentro da piscina, era mais rápido do que Lucky Luke e a sua sombra. E o mundo rendeu-se em 1972, quando o norte-americano chegou aos Jogos Olímpicos de Munique para arrasar. Prometeu seis medalhas e levou sete para casa, mais outros tantos recordes do mundo. E saiu pela porta grande.

Mas a glória nem sempre fez parte da vida de Mark Spitz. Quatro anos antes, tinha feito uma previsão idêntica para o México. Era detentor de dez recordes mundiais, mas só isso não garantia medalhas. Conseguiu apenas duas de ouro, ambas em provas por equipa (4x100 e 4x200 metros livres), e foi ofuscado pelo compatriota Doug Russell.

O primeiro fracasso foi apenas um acidente de percurso numa carreira que começou nas águas da praia de Waikiki, no Havai. Foi para lá que a família Spitz se mudou dois anos após o nascimento de Mark. E a paixão pela natação nasceu logo ali, com constantes correrias até ao mar e tardes inteiras passadas a nadar.

Aos seis anos deu-se nova mudança. Os Spitz regressaram à Califórnia e o talentoso Mark começou a coleccionar vitórias e recordes. Os colegas, rendidos, atribuíram-lhe a alcunha que ainda perdura. No entanto, o Tubarão só semeou o pânico nas piscinas até aos 22 anos. Depois do êxito nos Jogos Olímpicos de 1972 - e do atentado contra a delegação israelita - Spitz (também ele judeu) decidiu pôr um ponto final na carreira.

O BIGODE MÁGICO Para a história ficaram nove medalhas de ouro, uma de prata e outra de bronze nos Jogos Olímpicos e 33 recordes do mundo. E mais do que isso: ficou a marca de um homem que ousou competir de bigode quando a depilação (não só feminina, mas também masculina) era já um hábito entre os atletas. Em Munique, houve um treinador russo que lhe perguntou se o bigode não atrapalhava. A resposta foi categórica: "Não. Na verdade, afasta a água da minha boca." No ano seguinte, todos os nadadores russos passaram a competir de bigode.

O período dourado de Mark Spitz passou rapidamente. Deixou os grandes palcos desportivos e teve uma incursão pouco feliz por Hollywood. Depois tornou-se empresário. Agora, já com 60 anos, vê-se relegado para um plano secundário por um tal de Michael Phelps, que ousou conquistar oito medalhas douradas em Pequim, em 2008. Depilado, sem bigode e com um fato de alta tecnologia, a Bala de Baltimore atingiu o Tubarão Spitz e tornou-se ainda o atleta com mais medalhas de ouro na história das Olimpíadas (14).


1 comentário:

Paixão no Mergulho disse...

Hoje, 4 de Março - próxima actualização.