segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Phelps, a estrela de 2008


O ano de 2008 foi de proezas olímpicas com uma estrela principal, o nadador americano Michael Phelps, destaque da Pesquisa Estado, que elege os melhores do desporto no final de cada ano.

Muitos consideravam impossível que algum atleta conseguisse superar Mark Spitz, que se tornou lenda do desporto nas piscinas de Munique, em 1972, quando conquistou sete medalhas de ouro. Mas impossível é palavra desconhecida para o rapaz de Baltimore, que superou um lar desfeito, o preconceito por causa da sua anatomia fora dos padrões e os problemas de aprendizagem. Nos Jogos de Pequim, o mundo viu incríveis oito ouros conquistados por um só atleta - sete recordes mundiais - considerado o facto marcante do desporto mundial em 2008 para 34,59% dos 185 jornalistas desportivos que participaram na sondagem.

A infância foi uma fase difícil para o nadador. Aos 9 anos, Phelps sofreu com a separação dos pais. Aos 11, viu a sua mãe, Deborah, ouvir da professora a previsão de que ele nunca se iria conseguir concentrar em alguma coisa e, dos médicos, o diagnóstico de déficit de atenção por hiperactividade. Por causa do problema, o ele precisava de sair da sala de aula para tomar medicamentos. Este facto, aliado à sua aparência - braços longos e orelhas proeminentes - fez com que se tornasse alvo de piadas na escola.

Como forma de fugir, procurou o desporto. Tudo mudou quando passou a acompanhar a irmã mais velha nos treinos de natação e conheceu o técnico Bob Bowman. O treinador viu um talento e previu que o jovem representaria os Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004. Errou. Aos 15 anos, Phelps conseguiu vaga na equipa dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de 2000, em Sydney. Um ano mais velho, bateu o primeiro recorde mundial.

Phelps encontrou-se: com a ajuda do desporto, aprendeu a concentrar-se não só nas piscinas mas também nos estudos. Aos 19 anos, nos Jogos de Atenas, competiu pela primeira vez na posição de favorito e ganhou seis ouros e dois bronzes.

Depois do desempenho na Grécia, a pergunta: seria possível superar Spitz nos Jogos de Pequim? Muita gente duvidou. De facto, até para alguém de físico privilegiado e com uma facto de competição revolucionário - o LZR Racer - a tarefa era desgastante. Seria necessário disputar eliminatórias e finais em intervalos de minutos.

As atenções do mundo voltaram-se para a piscina do Cubo d'Água de Pequim e Phelps foi vencendo os desafios. Não faltaram momentos de emoção como a histórica final da estafeta 4 x 100 metros livres, vencida na última braçada, ou a disputa dramática com o sérvio Milorad Cavic na decisão dos 100 metros mariposa. Finalmente, na final dos 4 x 100 m estilos, o histórico oitavo ouro foi conquistado (o nadador também venceu os 200 e 400 m estilos, 200 m livres e mariposa e os 4 x 200 livres) e Phelps consolidou-se como o maior vencedor da história das Olimpíadas, 14 ouros.

"Nada é impossível", proclamou, depois de comemorar o feito nos braços da mãe, homenageando aquela que duvidou da infeliz previsão da professora. O que resta como desafio? A meta para os Jogos de Londres será experimentar novas provas. Fora delas, o nadador não esqueceu o passado: comprou a piscina de Baltimore onde o conto de fadas começou.

Mas, para além de Phelps, os Jogos de Pequim tiveram outros momentos marcantes, como a impecável cerimónia de abertura e a vitória do jamaicano Usain Bolt nos 100 metros do atletismo. Por este motivo, os JOs ficaram em segundo lugar como facto marcante do desporto mundial da Pesquisa Estado, com 15,13% dos votos dos jornalistas, à frente da dramática conquista do título de Lewis Hamilton na Fórmula 1, preferida por 11,35% dos que participaram na sondagem.


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