quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Rebeca Gusmão, nadadora brasileira acusada de ingerir doping, diz que "Quando o (...)Phelps declarou que ganhou oito/nove quilos de massa, ninguém disse nada." e ainda que "(...) há muito interesse por trás disto tudo(...)"

Acusada de ingerir testosterona e com o risco de ser banida da natação, Rebeca Gusmão voltou a garantir a sua inocência. Numa entrevista ao Diário de São Paulo durante um treino na capita, Brasília, a nadadora repetiu que o índice do hormônio no seu organismo é natural e que o seu desenvolvimento físico é consequência de um trabalho a longo prazo. Para completar, ainda alega que o resultado positivo do seu exame é interessante para forçar algumas pessoas, sem no entanto citar nomes.
Segundo a atleta, o seu empenho em esclarecer que não ingeriu testosterona prova a sua inocência. “Se eu tivesse tomado, assumiria o erro e ficaria dois anos suspensa. Depois voltaria. Não estaria lutando”, argumenta Rebeca, primeira brasileira a conquistar um ouro em Pan-americanos na natação feminina.
A nadadora também acusa pessoas e instituições pela sua situação. “A minha luta é para provar que o que existe é uma coisa além, por trás. Não posso falar, ainda. Mas há interesses por trás disto tudo: político, de grandes instituições e muito dinheiro. O resultado positivo é a consequência”.
“Não preciso de falar em inimigos. Basta ver o que acontece no desporto.Temos de parar de ser hipócritas e pensar que o desporto é uma coisa bonita, mas tudo que envolve dinheiro é perigoso. Houve dirigentes e médicos ameaçados de morte”, completa.
Para provar que não se dopou, Rebeca nega algumas alterações que a testosterona pode causar. “Não tenho a voz grossa. A primeira coisa que acontece numa mulher que usa anabolizante é a mudança de voz. E as pessoas dizem: ‘Não grita, Rebeca! Sua voz é irritante!’”.
Em relação aos comentários sobre o seu corpo, a brasileira lembra de outros casos de nadadores que ganharam massa muscular rapidamente. “O meu trabalho foi a longo prazo, o que é dferente do que as pessoas falam do anabolizante, que tem um resultado num, dois meses. Ganhei peso em 11 anos. Claro que de 2004 para cá ganhei mais rápido. Quando o norte-americano Michael Phelps declarou que ganhou oito/nove quilos de massa, ninguém disse nada”, relembrou, contando que sempre foi conhecida pela sua força desde a infância. “Havia colegas que me chamavam de Bambam”.
Sobre a suspeita de utilizar urina diferente no antidoping, Rebeca prefere adotar o silêncio, mas assegura que não há como burlar o teste desta maneira. “Hoje, quando se faz um exame, há sempre uma pessoa a observar-nos. É muito difícil de acontecer. Ali são três, quatro pessoas envolvidas”, comenta Rebeca, que também prefere não falar sobre seu exame positivo para testosterona em 2006.


Texto adaptado.

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