sábado, 3 de outubro de 2009

Os Jogos no Rio


Depois de muita expectativa, movimentações de bastidores, influências políticas e económicas, foi divulgada a escolha do COI para organização dos Jogos Olímpicos em 2016. Face à poderosa concorrência de Chicago, Tóquio (afastadas antes da votação final) e Madrid, acabou por ser atribuída ao Rio de Janeiro a sucessão de Londres'2012 e o emocionado Lula da Silva logo falou na melhor edição de sempre dos Jogos.

Todos tinham festa preparada, mas só os brasileiros conseguiram encontrar a justificação adequada para sambar fora de época - o samba e a festa não têm época, correm nas veias do bom povo brasileiro, não é necessário qualquer argumento para se imporem - e esquecer amarguras da sociedade quotidiana.

Só que, depois de saborear o sucesso da atribuição de uma primeira edição na América do Sul, é tempo de concretizar a ambiciosa proposta, trabalhar para materializar os desejos e ultrapassar problemas antigos: a insegurança é, talvez, o principal motivo de preocupação, não apenas das entidades governativas, mas também dos responsáveis do COI. A ideia de que há muito tempo disponível para solucionar estas questões seria o primeiro passo para que o Rio de Janeiro começasse a falhar objetivos.

E, uma vez que Portugal parece ainda muito distante de dispor de condições para um evento desta dimensão, dar os parabéns ao Brasil por esta situação histórica não chega: é preciso fortalecer laços de solidariedade e aproximação, porque o Desporto, como a Música, o Cinema, a Arte, a Cultura em geral, são caminhos que servem como pontes para o entendimento. Num Mundo tão caracterizado por conflitos e cada vez mais de costas para princípios básicos da Humanidade, esta é uma boa oportunidade para dizer como o escritor João Ubaldo Ribeiro: "Viva o povo brasileiro!"


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